terça-feira, 10 de maio de 2011

Quando a ética nos atrapalha?


Quando a ética nos atrapalha? – Daniel 3:13-30 e Efésios 6:11-12
Resumo do tema
Esta semana somos desafiados a pensar em quem faz a nossa cabeça quando estamos diante de decisões que envolvem questões morais e éticas. Em momentos assim decidimos e agimos por convicção ou por conveniência?
A palavra ‘ética’ vem do grego ethos e significa “costume”. Normalmente nos comportamos de uma maneira ética e correta quando seguimos os costumes que nossa sociedade dita. Nós olhamos ao redor, descobrimos como normalmente as coisas são feitas, e concluímos que é isto que devemos fazer. Num forte contraste a esta idéia, a ética bíblica está centrada em Deus. Em vez de seguirmos a opinião da maioria ou de nos conformarmos aos costumes da época, as Escrituras nos incentivam a termos nosso ponto de partida em Deus e nos seus ensinamentos, quando buscamos orientações morais.
Existem diversas definições para ética cristã. Escolhemos uma que diz: ”Ética Cristã é o conjunto de valores ou princípios morais que emanam dos ensinamentos bíblicos e que nos levam a decidir e atuar em consonância com tais ensinamentos”.
No texto de Daniel 3, verificamos que os três jovens, apesar de serem estrangeiros naquela terra, já haviam galgado posições de liderança. A Bíblia diz que eles tinham sido nomeados para administrar a província da Babilônia (v 12). Diante disso, podemos concluir que eles tinham muito a perder com um posicionamento “radical”. Eles não só arriscavam o emprego, que certamente pagava muito bem, e que devia representar o sonho de muitos jovens, mas arriscavam a própria vida. Diante do homem mais poderoso da terra naquela época, que ameaçou jogá-los na fornalha se não cultuassem os seus deuses, nem adorassem a imagem de ouro que mandou construir, eles responderam: “Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das tuas mãos, ó rei. Mas se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer” (v 16, 17 e 18). A conseqüência dessa postura foi a fornalha superaquecida (v 19). O texto diz que a fornalha estava tão quente que as chamas mataram os soldados que levaram Sadraque, Mesaque e Abde-Nego. Os três jovens podiam ter morrido, mas Deus interferiu e poupou a vida deles.
Em outras ocasiões, porém, houve homens e mulheres que atuaram de acordo com suas convicções mais profundas, não por conveniência nem buscando satisfação instantânea, que não experimentaram o mesmo que os amigos de Daniel. Em Hebreus 11:32-38 lemos que uns foram torturados, outros enfrentaram zombaria e açoites, outros foram acorrentados e colocados na prisão, outros apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada. Mas sobre todos estes o texto diz que: “O mundo não era digno deles”.
Na Bíblia, a demanda ética básica é a de imitar a Deus. Em Levítico 19:2 o Senhor diz a Moisés:
“Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo”.

A Santidade de Deus deveria levar seu povo a uma vida de santidade. Mas quando observamos a conduta da maioria dos crentes nos nossos dias, percebemos que o que antes era considerado princípio ético não negociável, hoje é visto como relativo ou simplesmente como ultrapassado.
E o pior de tudo é que quando deixamos para trás a prática de “imitar a Deus”, de sermos santos como Ele é santo, nossa adoração se torna inválida.
Em diversas épocas da história, o povo de Israel não viveu de acordo com os preceitos éticos e morais apresentados nas Sagradas Escrituras. Em uma destas ocasiões, relatada em Amós 5.21-24, vemos uma forte exortação de Deus àqueles que se consideravam seu povo: “Eu odeio e detesto as suas festas religiosas; não tolero as suas reuniões solenes. Não aceito animais que são queimados em sacrifício, nem as ofertas de cereais, nem os animais gordos que vocês oferecem como sacrifícios de paz. Parem com o barulho das suas canções religiosas; não quero mais ouvir a música de harpas. Em vez disso, quero que haja tanta justiça como as águas de uma enchente e que a honestidade seja como um rio que não para de correr.” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje –NTLH)
Se o nosso modelo de ética e moral é o próprio Deus, quais são os principais pontos que devemos levar em conta quando precisamos tomar uma decisão?
Tomando por base o livro de Provérbios:
  • Honrar pai e mãe (1:8; 19:26)
  • Recusar dar falso testemunho (6:19)
  • Não adulterar (6:20–35; 7:1–27)
  • Buscar práticas comerciais justas e honestas (11:1)
  • Preocupação pelo pobre (13:23; 14:21, 31)
  • Consideração pelos animais (14:4)
  • Evitar o suborno (15:27)
  • Exercer o poder com justiça (16:12)
  • Punir o mau deve justamente (17:26)
  • Entender que a vingança pertence ao Senhor (20:22)
  • Preocupação pelo órfão (23:10)
  • Eliminar os juros exorbitantes (28:8)
  • Recusar-se a participar de roubo e de derramamento de sangue (1:10–19)
  • Ser diligente no trabalho ( 10:4-5)
  • Recusar-se a odiar (10:12)
  • Aceitar disciplina quando cometer um erro (10:17)
  • Ser prudente no falar (10:31-32)
  • Humildade de Espírito (11:2)
  • Fugir da fofoca; refreiar a língua (11:12-13)
  • Ser generoso com os bens materiais que Deus lhe deu (11:24–26)
  • Comprometer-se com dizer sempre a verdade (12:19-20, 22)
  • Disciplinar os filhos (13:24)
  • Harmonia na vida familiar (17:1)
  • Valorizar as amizades verdadeiras (18:24)
  • Não ser glutão nem beberrão (23:19–21)
  • Ter compaixão dos que sofrem (25:20)
  • Ser sincero nas relações interpessoais (27:5-6)
É curioso perceber que nem sempre as pessoas agem de acordo com a integridade que exigem dos outros. O escritor John Maxwell, em seu livro Ética é o Melhor Negócio (Ed. Mundo Cristão), chama a atenção para o fato que a mesma pessoa que sonega impostos ou rouba material do escritório, quer ver honestidade e integridade na empresa de quem compra ações, no político no qual vota e no cliente com o qual negocia.
Em Romanos 12:1-2, encontramos o apóstolo Paulo rogando aos cristãos de Roma que não se conformem com este mundo. Em vez disto, eles deveriam ser transformados pela renovação do seu entendimento. Mesmo estando no mundo, nós os cristãos, não devemos nos conformar com os princípios, modelos e valores éticos e morais que a sociedade ao nosso redor defende e pratica. Nós devemos ser transformados; devemos ser diferentes; nossa mente, ou entendimento, deve passar por uma mudança radical em relação aos valores e princípios que tínhamos antes de conhecermos a Cristo, como o Senhor de nossas vidas.
Nesta empreitada de sermos transformados, de sermos diferentes do mundo e da sociedade que nos rodeia, temos um inimigo poderoso, sobre o qual o apóstolo Paulo, em Efésios 6:11-12, nos faz a seguinte exortação: “Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo, pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais”.
Como cristãos, estamos envolvidos em uma batalha espiritual, e um dos principais “lugares” onde esta batalha se trava é justamente na nossa mente. Os “dominadores deste mundo tenebroso”, ou seja, as forças espirituais do mal tentam, a todo custo, impedir que sejamos transformados pela renovação do nosso entendimento e que, como conseqüência, nos conformemos com este mundo e com os padrões morais e éticos da sociedade que nos rodeia.
Quando perdemos essa batalha, que é invisível, mas real, permitimos que nosso entendimento seja moldado de acordo com valores éticos e morais que vão totalmente contra os princípios encontrados na Bíblia.
Creio que todos concordam que vivemos um tempo de grande crise de moralidade. Mas o pior é perceber o tremendo declínio da influência da igreja na sociedade. E isso acontece porque quando os crentes se vêem diante de decisões relacionadas a questões morais e éticas, muitos se deixam influenciar pelos modelos comunicados através de personagens de novelas e series de TV, ao invés de procurar pautar sua conduta pelos princípios bíblicos.
Quem faz nossa cabeça quando temos que decidir sobre questões morais e éticas?
Perguntas para discussão em grupo
  • Quanto tempo você gasta diariamente assistindo novelas e séries de TV?
  • Quanto tempo você gasta diariamente lendo e meditando na Palavra de Deus, lendo livros com princípios cristãos, e ouvindo mensagens?
  • Que valores negativos você percebe nos personagens mais famosos de novelas e series da TV? Cite alguns.
  • Você consegue perceber a influência dos personagens de novelas e de series da TV nas pessoas que estão à sua volta? Dê um exemplo.
  • Você está disposto a colocar em risco algo de valor na sua vida, em função de não abrir mão dos princípios bíblicos, e de agradar a Deus? Se você já viveu uma experiência assim, compartilhe com o grupo.

Fonte:IBMORUMBI

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